VERSOS SEM FIM NEM COMEÇO

E daí

Que pintarei os versos sem fim ou começo

Imagens a preencher os contrafluxos no espaço

Do universo, numa tela de contexto inexato

E daí

Que pincelarei sons em sobretons do meu plexo

Ao alastrar-se da alma em coloridas ondas

Na estrada de Alfa-Centauro a Andrômeda...

E daí

Que traçarei entre galáxias irmãs, um regato...

Um ribeiro fresco de licorosas estrelas anãs

Entre margens plácidas de quasares, em clãs

(Simulacro cósmico análogo às nossas águas,

Ao vento e às fendas do mato)