Seremos meras estatísticas?

Um carro pára,

repentinamente no meio do trânsito...

Três homens empurram-no para a calçada,

de mecânica, eles não entendem,

só de solidariedade...

Um motor aberto,

um triângulo,

um pisca alerta quebrado.

Uma mulher sozinha,

o celular na mão...

Um transeunte,

dois, três, diversos deles,

entre o ocorrido e a chegada do socorro.

Um carro em uma calçada

de uma grande avenida

não causa comoção ou emoção,

parece não provocar nada,

ser invisível...

É como se cada um estivesse preso,

em sua cegueira interior,

vendo e não enxergando,

ou sequer vendo,

o inusitado da situação...

O socorro veio,

a solidariedade também,

assim como a insensibilidade

e por fim, a reflexão...

O que somos numa grande cidade?

Quem somos?

Seremos meras estatísticas?

Procuro acreditar que não...

Fernanda Maria
Enviado por Fernanda Maria em 04/12/2006
Reeditado em 05/12/2006
Código do texto: T309489