De tempos em tempos

No meu núcleo eu era o rei

Mas opinei, optei pelas extremidades, pelos catetos e cossenos indisciplinados

Conciliei-me com os vértices adjacentes a minha visão metódica e escassa

Explorei devagar, minuciosamente, com os lábios, uma canção de ninar

Surtei ao ver fugir o controle entre meus dedos

Rezei um terço e em um quarto me tornei pecado

Desenhei luxuria, detive sonhos

De tempos em tempo, envelhecia

A sala de estar vazia, cheia de sombras

Um coração angustiado, a libido sussurrando meu nome

De tempos em tempos

Minhas enzimas dissipam como vapor, suor, lagrima de um órfão

Orações feitas a uma garrafa vazia

Destreza deprimente, se agregando ao nada,

Intrusos falidos de tanto amor

Não aguardando ninguém, viciado em um desconhecido

Objetivos ilícitos, não estavam claros. A luz havia apagado

Utopia, enciclopédia, dicionários e diretrizes; caminhos que meus sapatos não seguem mais; se entregam desamarrando-se na próxima esquina

O poder estatístico, cálculos feitos em estrelas apagadas, no extremo do desespero inexplicável em linhas, letras e palavrões, arrancando nos dentes tudo aquilo que resta de bom.

Sangrando arranhões com sorriso na face

Meticulosos e prepotentes, afetando sua fibra instável

Te tempos em tempos...

Segure o choro, como jóia, não se deixe explorar, desvendar, tão fácil.

Paula Rodrigues (Coka)
Enviado por Paula Rodrigues (Coka) em 17/08/2011
Reeditado em 26/08/2011
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