O caminho é acompanhado de sombras
Nostalgia, ao lembrar o distante passado
Tristeza, neste deserto e árido presente
Inquietude, nas indagações do futuro.
Do Eu, esquálido, melancólico e perdido
Que sem roteiro definido no palco da vida
Sobrevive ao tempo, revestido de inércia
Preso as correntes do desnudo infinito.
Da criança interior que perdeu o viço
Sem graça, sem risos, distanciada da alegria
Sem ver o tempo se escoar no relógio da Alma
Sem conhecer o tempo real no relógio da mente.
Das lembranças que se tornam esmaecidas
E confundem vozes roucas com ecos noturnos
Nas intempéries onde o vento fustigante
Esfarrapa as veste, dilacera a pele.
Peço a vós, sombras que me cercearam
Se despeçam no derradeiro extertor mortal
Cumpri o destino, aceitei em silêncio a sina
Libertem-me, para que esta viagem eu faça só.

verita
Enviado por verita em 20/08/2011
Reeditado em 27/01/2012
Código do texto: T3170688
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