Tronco Largo

Iluminada a loucura bem planejada de minha mente

Surpreendi-me com as árvores que sozinhas e escuras

Imitavam a raiz profunda do inconseqüente

Vagarosamente brotavam sozinhas em ápices de gravuras

Que iam passando como vento em minha cabeça cansada

A diferença que elas tinham era a de ninguém

Olhá-las com delicadeza e tempo

A ânsia por espectadores fazia os troncos altos e fortes

Se tornarem cada vez mais complexos e densos

Embolados um no outro, exuberantes e livres.

É porque verdadeiramente avistamos pouca coisa nas árvores

Aprendemos desde cedo a quase passar correndo

Cheio de deveres e coisas que menores que ela

Opunham-se em nós mesmos, limitando os acontecimentos;

E livrando-nos logo de um possível pensamento.

Dentro dessas perspectivas, é que levei um susto;

Quando por algum motivo qualquer e banal

Parei em frente a um tronco largo e vivo

E me surpreendi observando as aventuras que nasciam

Daquele ser tão constantemente inteiro

As raízes eram as folhas do lado oposto do sol

Construídos tão perfeitamente talhados

Que uns e outros emaranhados faziam surgir

Sensações e emoções maiores que uma planta

Era capaz de provocar

Enchi-me de energia sugando dela toda respiração

E calmamente encostei a mão em uma de suas sensualidades

E quase serena passei a descobrir que as suas provocações

Tão abstratamente demoradas em mim

Faziam-na ser mais que um simples ser de admiração.

Lady Sophia
Enviado por Lady Sophia em 16/12/2006
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