Ciranda ridícula

Uma gota de chuva caiu em mim

De repente um gosto calado molhado nasceu

E um gato cansado e danado passou por mim

Arrepiei, para não olhar;

Bobagens descobertas livremente

Displicentemente acordada levei um susto

Quando o céu inteiro veio me comer

Cuidadosamente os pedaços azuis de luz

Derrubaram-me pelo chão mais frio do que o corpo

Livrei-me da estupidez de não pensar

Quando acordei um passarinho assobiava

E envolvia-me em serenas e leves cirandas

As crianças em minha volta gritavam

Ensurdecedoras, vibrantes, lamentosamente inocentes.

E aí me veio de súbito uma coisa engraçada

As flores eram altas e belas

Não dependiam de mim para fazer nascer o mais fugaz

Do que a volta, me proporcionaria em um mesmo lugar

E foi lá que me atentei para o fato de que nunca

Poderia sair do mesmo desengonçado patamar

Era simplesmente estranho

As alucinantes terapias que buscava no corrente do dia

Anunciando as necessidades tão vastas

Que precisava com todas as minhas forças

Da ciranda da vida, cobrar uma corrente vadia.

Lady Sophia
Enviado por Lady Sophia em 17/12/2006
Código do texto: T320313