Idéias filosóficas
Não, nada sei! E só sei que não sei porque penso
E se agora estou pensando não saber, logo existo
A caverna escura é o lugar onde me falta o senso
Para enxergar que a luz é o real em que persisto.
Existindo, penso, pois, na cavernosa escuridão
A iluminar, consciente, minha busca impensável
Pelo cálice sagrado do divino ideal de perfeição
Para livrar-me desta clara realidade dispensável.
Este cálice me seria, como foi a Galaaz, o Graal
E nele beberia o sumo do néctar do uno coletivo
Ou a ambrosia dos deuses olímpicos e ser imortal.
Mas, repentinamente, um negrume se acende vivo
Abrem-se as cortinas e, meu olhar, surpreendido,
Vê, apesar da claridade que tudo está desconhecido.
Cícero