O astro.
Canto, um canto presente,
sou ladrão de versos,
confesso,
canto o que não sou.
Partilho luzes
no palco enfeitado,
fabrico sonhos,
sou fabricado.
Durmo aos raios do sol,
doo-me na mansidão da lua,
vivo plenamente as canções
nas noites nuas.
Alimento a fonte
dos amores perdidos,
faço meu ofício,
habito-me em Orfeu.