Malditos

Malditos os que se deleitam com a desgraça alheia

São vermes mais repugnantes que os da putrefação

Pois fazem parte de uma horrenda e grande teia

Cujos fios são entrelaçados com dor e decepção.

O rancor lhes preenche a alma escura e vazia

E, para existirem, precisam, de outrem, da tristeza

Pobres diabos sem luz própria que a nada alumia

Mas se fazem de astros reluzentes de avareza.

A esses seres desprovidos de qualquer humanidade

Resta apenas a divina, justa e infalível piedade

Pois aqui na Terra hão até de colher muitas flores

Mas sentirão em suas entranhas espirituais as dores

Todas que causaram com alguma fútil razão de ser

Apenas por puríssimo, vingativo e sádico prazer.

Cícero – 03-11-11

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 05/11/2011
Código do texto: T3317980
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