A dor de Cristo
Olho num quadro, na parede pendurado,
A face de Cristo, compassiva e piedosa,
Lembro-me de cada cometido pecado
E que a penitência é sempre penosa.
Mas diante da Sua, minha dor é pequena
Posto que a Dele é de toda a humanidade
E mesmo assim Sua face resplandece serena
Enquanto a minha é toda infelicidade.
Eu, porém, não tenho de o mundo salvar
E minha dor, por maior que seja ela,
Há de passar como avião ou caravela.
Enquanto a dor de Cristo nunca há de acabar
Pois se morreu para salvar do Pai a criação
Por mais que se faça, esta não tem salvação.
Cícero