Castigo
Quando caem as folhas no outono
Mais fortes elas ficam no inverno
É a reflexão provocada pelo abandono
Que faz compreender a inexistência do eterno.
Pena que não têm os humanos
Tão profundos momentos de busca interna
São frágeis seres, vítimas dos próprios enganos
Que não vêem o viver como claro-escuro numa caverna.
Há os que vislumbram no conhecimento
Um meio de sobrepor-se às pessoas
Esquecem que o saber vai além de um momento
E que não se domina, não se possui, não aceita coroas.
Por fim, somos todos efemeridade
E se buscarmos o próprio umbigo
Não conquistaremos nunca a felicidade
E o repúdio e a incompreensão serão o castigo.
Cícero – 16-12-04