Infinito

Quero escrever mais,

Quero mais uma dose de Drummond,

Byron e Cruz e Sousa.

Quero escrever sem fim

Sem ter a convicção do limite.

Quero escrever da mesma forma

Como Deus criou o Universo,

Tecer uma rede em um âmbito infinito

E mesmo assim ter uma conclusão.

Cada letra, tijolo por tijolo,

Cada sentimento, alma,

Nojo, prazer.

Tudo ao abraçar-se com o Nada,

Porque o Nada sustenta o Tudo.

Pois Tudo não é Nada

E Nada é Tudo.

Cada centímetro de palavra

Equivale a um sentimento

Em estável plosividade.

Ser poeta é ser um fugitivo

Que grita bem alto

Só para ser avistado e procurado,

E nessa busca desenfreada,

Corre, corre... Pra onde?

Para o Nada, para o Tudo.

Talvez, para encontrar um arbusto

Para assim se esconder ou

Transitar por entre um asfalto

Pesado e sem honra.

Se estirar ao céu e gritar:

"Sou eu quem vocês querem!"

Ser poeta é conhecer Deus

Sem enxergar sua face.

Ser poeta é conhecer o Universo de verdade,

Pois este é infinito, assim como nossos sonhos.

Breno Leal
Enviado por Breno Leal em 03/01/2012
Código do texto: T3419591
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