Sem medo da eternidade

Findada a orgânica batalha

A fazer nada mais nos sobra

A não ser aceitar a mortalha

Da terra, o preço que nos cobra

A vida, a quem perde ou ganha

A guerra que é a existência

Não importa se pequena ou tamanha

Pois o corpo é pura aparência.

A carne é apenas húmus futuro

Do que fomos, a única lembrança,

São os ossos que ficam à posteridade.

O paraíso é o único porto seguro

Aonde as almas que tiveram esperança

Chegam sem medo da eternidade.

Cícero – 15-12-05

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 09/01/2012
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