Sem medo da eternidade
Findada a orgânica batalha
A fazer nada mais nos sobra
A não ser aceitar a mortalha
Da terra, o preço que nos cobra
A vida, a quem perde ou ganha
A guerra que é a existência
Não importa se pequena ou tamanha
Pois o corpo é pura aparência.
A carne é apenas húmus futuro
Do que fomos, a única lembrança,
São os ossos que ficam à posteridade.
O paraíso é o único porto seguro
Aonde as almas que tiveram esperança
Chegam sem medo da eternidade.
Cícero – 15-12-05