Sede
Eu tenho sede de água.
Água do conhecimento
Que tanto bate em pedra dura
Da ignorância até que fura.
Eu tenho sede de sonhos.
Sonhos realizados.
Não sonhos que servem apenas de escape,
Não sonhos que servem apenas para sonhar.
Eu tenho sede de desejos,
Pois estes me movem,
Não me estagnam como sonhos.
Sonhos são para ricos.
Eu tenho sede de vontades,
Pois estas são tão efêmeras quanto minha vida.
Vida baseada no agora,
Pois sonhar não é bom:
Me engana, me ilude.
E nada irreal é natural.
Eu tenho sede de amor,
Pois sonhar com amor é bom.
É natural, pois preenche.
É natural, pois permanece.
É natural, pois engrandece.
Eu tenho sede de vida,
Pois a minha já está na sarjeta,
Pedindo esmola, esgoelando a goela,
Almejando, de mãos estiradas, tudo aquilo que aprendeu na tela.