O que é teu e está em mim
Como não te amar
Se chegas assim com esta luz
Escorrendo por teus ombros estreitos
E te fazendo parecer um algo
Que dói em mim
Porque te olho e te vejo
Como uma calma tempestade
A misturar as cores de tua íris
E a agitar minhas folhas de árvore velha
E me esqueço de esquecer
Da tua voz que desafina e
No descompasso do meu passo
Lento, torto e desigual
Me perco na incerteza
Do meu ficar e
Do teu partir
Fico sem meu rumo
Na contemplação contente
Do meu último suspiro