O que é teu e está em mim

Como não te amar

Se chegas assim com esta luz

Escorrendo por teus ombros estreitos

E te fazendo parecer um algo

Que dói em mim

Porque te olho e te vejo

Como uma calma tempestade

A misturar as cores de tua íris

E a agitar minhas folhas de árvore velha

E me esqueço de esquecer

Da tua voz que desafina e

No descompasso do meu passo

Lento, torto e desigual

Me perco na incerteza

Do meu ficar e

Do teu partir

Fico sem meu rumo

Na contemplação contente

Do meu último suspiro

Lica
Enviado por Lica em 12/01/2007
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