suprema paranóia

suprema paranóia

que tanto me escraviza

que me segrega e marca em sua parede

os surtos coletivos com os meus vários “eus” que tive

suprema paranóia

que me chama pelo nome

e puxa meus pés pela beirada de minha cama

e não diz para onde vai me levar a noite

cansado e aturdido

drogado comigo mesmo

e leviano por demasiado em meus pensamentos suicidas

suprema paranóia

que me faz assim tão infeliz

que me faz acreditar que você ainda existe e me espera

e que grita seu nome para mim

marca indelével de meu bater cardíaco

sem eu nada poder fazer e nem rastejar

suprema paranóia

que eu tanto cultuo como a minha mais sagrada religião

suprema paranóia

abandone minha alma

suprema paranóia

deixe eu pensar em algo ao menos um minuto

sem ter que conviver com essa tarja preta sob meus olhos

suprema paranóia

deixe eu escutar essa musica infinitamente até altas horas da madrugada

sem estrondos internos meus ou interrupções

suprema paranóia

não quero mais esse lamaçal sob meus pés

suprema paranóia

permita eu rezar sem admitir a possibilidade do Mal em minha vida

suprema paranóia

não continue a me sugar

quero tapar os meus olhos para o relógio e esses dias que correm

quero fugir e escapar de uma vez dessa sua moda vazia e barata

suprema paranóia

não deixe mais que essas imagens de outrora se façam em minha mente

suprema paranóia

que alguém se salve nesse décimo segundo ano

suprema paranóia

que eu consiga por 40 dias esquecer de mim mesmo

e salvá-los

e salvá-los

hermeticamente e com amor.

que assim seja,

Suprema Paranóia...

Rônaldy Lemos
Enviado por Rônaldy Lemos em 12/01/2007
Reeditado em 12/01/2007
Código do texto: T345151