Alma e carne
Vós que da carne sois amantes
Atentai bem ao meu aviso
Em atos pérfidos e decadentes
A carne aos poucos perde o siso.
Em vez da carne amem a alma
Pois a carne é frágil e putrefata
E a alma feliz é calma
Inexistindo faca que a rebata.
Enquanto a carne cede ao gume
E a este dá o sangue para beber
A alma feliz nas trevas é lume.
Não falo da alma que odeia e se entristece
Porque esta só sabe sofrer
Igualando-se à carne que fenece.
Cícero – 14-11-97