Sou
Sou alguém que nunca morre
Um gafanhoto de idéias, e projetos
Faminto para expor,
Escrever ou colocá-los em ação
Ação de vê-los orquestrados,
Ritmando como notas musicais
Que embalam o corpo humano
Como as ondas do mar
Que vão e vem sem parar
Num ritmo frenético infinito,
Que trás conchas ou estrelas do oceano
Cobrindo as areias do mar
Ou mesmo como o próprio céu de deus
Carregados de estrelas a cintilar
Sou um predador de consciência,
Sou devorador de sentimentos de amor,
De paz, de alegria ou de tristeza
Sou aquele quem acredita
Que os que nos consome como gente
É a nossa desestruturada desorganização social
É resistência demais a nossa, esperar o inesperado
São meus gritos reprimidos na garganta guardados
Silenciando uma boca de salvação, sedenta para trovejar
Palavras de afronta e coragem, incriminando...
As mazelas e as desigualdades urbanas e sociais
Que não tem dó do mendigo sem uma cama para descansar
Ou do órfão que dorme sem o peito para mamar
Sou antes um menino homem, de coração puro
Infelizmente contaminado pelos desejos do mundo
Mas cheio de esperança por um novo futuro
Sou alguém que nunca morre,
Sou eu mesmo, atrás da tua alma,
Sou eu, um poeta de outro mundo
Querendo apenas saciar minha fome