CRIANÇAS ESQUÁLIDAS (21JAN07)

CRIANÇAS ESQUÁLIDAS (21JAN07)

Pobres crianças esquálidas

Olhos fundos de uma tristeza mortal e profunda

Sem musculatura em suas frágeis e fracas carnes

Sem mais nenhuma réstia de esperança no porvir

Os teus corpos franzinos, curvos, desalinhados

Come o que tem...

Quando tem!

Come o que consegue...

Quando consegue!

Come o que aparece...

Quando aparece!

De quem é a culpa?

Do pai ou da mãe?

Dos Avós ou dos governos?

De Deus ou da Vida

Do Carma ou do Destino?

Da falta de Sorte ou do Azar

Da Sociedade?

Nossa – é a assertiva cabal!

Portanto – Sua ou minha!

Ou de ambos!

O que será que comeu hoje?

O que comeu hoje?

Será que comeu?

Comeu hoje?

O que?

Hoje?

Será?

E eu – o que fiz até hoje por elas?

E o que fiz hoje por elas?

E eu – o que fiz hoje?

Fiz por elas?

O que fiz?

E elas?

E eu?

Estou ligado a elas pela culpa da inércia