NA PONTA DOS DEDOS
Sentir-se triste não é nada,
Quando não há nada para se sentir,
Um vazio invadindo a sensação, e uma emoção fantasiada,
Vai dançando nua pela sala quieta e escura... não dá para sorrir.
Cair no chão e desejar ser outro, é normal,
Quando a vida está além do nosso toque especial,
E não há mais nada que se possa fazer para mudar o rumo da situação,
Quando esperar a presença ilustre é apenas mais uma questão.
Estando na ponta dos dedos, um toque de amor,
É a sensação de estar morrendo aos poucos, uma dor,
Invandindo o íntimo mais profundamente... no interior,
Essa face pálida escondendo um intenso rancor.
Está na ponta dos dedos o sangue puro com mistura de fé,
Acreditar no que não se quer,
E não crer além do seu toque ou visão,
É estar morto por dentro sem ter opção.
Mais um momento em que passo a esperar,
E o tempo é castigo que vem sem avisar,
São os joelhos no chão a rezar,
E os olhos no teto estando a pensar...
Na ponta dos dedos está minha loucura,
Poesia nua, sem vestígios de armação,
Vem insana , mente pura, com doçura e amargura,
Vem no vento e no momento são palavras lavadas no chão...