SOLTANDO AS AMARRAS DO TEMPO

Olho o tempo ao meu redor
e percebo que nada mais me prende.
As grades do imaginário me libertaram
e a saída, bem ali, adiante
se mostra atraente... insinuante...
apresentando-me o caminho de outras horas
onde a natureza de outras floras
me oferecem as mais lindas cores
e as essências de outros perfumes...

a mesmice dos dias que nada traziam
me lançou seu olhar de loucura.
Entendi que preciso sair à procura
do que me proporcione alguma felicidade.
Antigas lembranças jazem num poço,
junto com todas as promessas descompridas,
lá no fundo, onde a minha e tantas outras vidas
privaram-se de tantos momentos,
deixando de acontecer...

tudo aquilo o que planejei ficou perdido,
esquecido de vez, num canto qualquer,
sem a menor chance de ser encontrado...
quando um amor clama pelo tempo,
complica-se a história de toda uma vida
sufocada e sem saída.
O que havia pode estar acabado...

e agora, me adianto no atraso de tantos dias.
Vejo a direção que ainda posso tomar.
Não posso mais impedir o que o tempo não quer perder.
Não devo mais sofrer, muito menos me desesperar,
porque as verdadeiras certezas
são aquelas vivenciadas, não as supostas,
impostas ou deliberadas.

A liberdade renova, mas dá medo.
Olho ao redor, vejo o tempo, não é mais cedo.
Passou da hora de fazer o que eu sempre quis.
Soltas as amarras, eu quero ser feliz!



(20/01/2007)
SÁBADO
21h59



 
MORGANA CANTARELLI
Enviado por MORGANA CANTARELLI em 30/01/2007
Reeditado em 15/03/2019
Código do texto: T363304
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