Inspiração

Sinto às vezes a inspiração

Como uma nuvem

Que de repente escurece

E desaparece

Na escuridão.

Ela vem e me enche

De idéias belas

Como se fosse cair em poética tempestade

Mas às vezes na verdade

A nuvem se desenche.

E se desmancha em fúteis vapores

Que se espalham pelo imenso cosmo

Em busca de quem a prenda

E com ela aprenda

A se livrar das dores.

Mas é ela quem sempre prende

Ou que às vezes abandona

Sem saber sequer por onde

Se de trem, ônibus, avião ou bonde

Mas ela sempre vem e surpreende.

E é naquela hora

Em que menos se espera

Que ela age feroz

E soltando sua voz

Transforma-se em versos d’outrora.

Mesmo assim, porém,

Ainda teimo

E por vezes a espero

Só lembro que a quero

Mas esqueço que não é de ninguém.

Cícero – 12-10-95

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 04/05/2012
Código do texto: T3649891
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.