Quem sabe...

Eu poderia dizer a mim mesmo que estou louco, mas eu sei que não estou,

Embora gostaria; e não há como escapar, se é que se escapa ou foge disso.

Outro dia disse: que não há nada tão doloroso quanto à ferida e a morte,

Mas da roseira que se corta o galho, damos um da um buquê e a rosa morre,

E doces são as lembranças que não podem ser apagadas ou mortas.

Mas alguns gritam, eu tenho nojo! Assim constroem esse sentimento tão “nobre”,

Que eu em minha ignorância prefiro não conhecer ou querer. Quem sabe...

Por Deus! Como se pensam diferentes sem saber da dicotomia que é, mas não é.

Gritos, sussurros, gemidos, sorrisos e leveza acalentam a alma ao som de Piaf:

“Non... rien de rien... Non... je ne regrette rien”. Assim o sono vem mais tranquilo.

Oh, intuição prostituta, que fazes? Por que agora chegas a mim ao som de Sinatra:

“Let me try again, think of all we had before”. Assim já não se consegue dormir.

Não quero isso... Quer dizer... Quero... Não! Prefiro a verdade. Qual? A minha.

Não há mais forte, embora haja; não há perdedores, talvez todos, quem sabe...

E a felicidade se passa como um tufão e volta como uma brisa, e se vai...

Nada permanece igual ao que é, nem melhor, nem pior, bom ou mal,

Tanto se perde algo no caminho, quanto se ganha, e qual é o valor?

Parece que não houve acréscimo nenhum, embora haja, quem sabe...

Quanto a mim, loucura e sensatez, um sorriso, gargalhada e choro.

Tenho medo, embora alguns tenham medo de mim, sem saber... Nem eu.

Qual será a próxima música dos doutores sábios da vida?

Desses que representam tão bem, que ora cantam tristeza, ora alegria,

Que parece ser tão real o que a gente ouve que até mesmo acreditamos.

Mas a quem pertence essa loucura? A mim? A eles? Quem sabe...

TAS
Enviado por TAS em 10/05/2012
Reeditado em 01/07/2013
Código do texto: T3661170
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