VIVER DE TALVEZ

Sentir a tristeza através de uma lágrima sombria,

É agarrar-se na pele na noite ou no dia,

É pendurar uma corda na janela do quarto,

Elançar-se e jogar-se no ato...

É correr na estrada em pleno horário de pico,

E atropelar-se em todo instante vendo o tempo passar,

Viver no talvez e não desejar,

E encontrar a resposta nas perguntas sem ao menos pensar...

Sentir perto é estar longe demais,

E ver as sombras desta loucura a perseguir,

É entrar em lugares frios e nem se arrepiar,

É arrepiar-se com as almas partidas, um consolo tentar.

Estando em outro mundo, uma nova dimensão,

Loucura, insanidade, vem no coração,

É estar pálida e gelada, pensando no que fazer,

E olhar para frente e ver apenas uma direção...

Talvez eu viva somente mais alguns minutos,

E talvez nem saibam que vivi...

Mas nesta poesia, deixo meu retrato sem graça,

Falando tudo que um dia senti,

Talvez, vivendo mais algumas horas... dias,

Eu consiga até emocionar,

Ou de fato jogar uma praga...

Onde risos cortados jorram sangue no ar...