UTOPIA

UTOPIA

Numa estrebaria

Nasceu aquele que um dia

Seria louvado

E crucificado

Passaram-se 2012 anos

E ainda não aprendemos

Que a vida não vale nada

É só uma estada

Em manjedoura ninguém mais nasce

Na cruz ninguém mais morre

Mas há um constante impasse

Que torna a vida um porre

É guerra e miséria constante

Discussões estéreis e frias

Uma busca galopante

Pela glória vazia

É crise financeira

É guerra doída

Mas a crise verdadeira

É da ambição desmedida

E lá vai a humanidade

Tão desenvolvida

Não tendo piedade

De tanta gente desvalida

Para que tanta posse

Tem gente que morre de tosse

É uma busca idiota

A riqueza material suposta

Amanhã pode ser teu dia

De cruzar a linha de chegada

Depois de correr pela estrada

Ficarás de mãos vazias

Não há de se pregar

A humildade e a pobreza

Mas melhor distribuição da riqueza

Fará a vida se aprimorar

Estamos na era do conhecimento

Vamos pensar um momento

Numa vida mais despojada

O material não vale nada

Queremos mais segurança

Queremos mais liberdade

Que tal mais amor e caridade

E menos ódio e mais oportunidade

Ou vamos partir para a agressão

Para a luta pelo vão

Que vai abrir as portas do inferno

Jogando-nos na tumba sem terno

É tanta propriedade

Tanta desigualdade

Que se não despertarmos agora

Muitas vidas jogaremos fora

Nunca é tarde para iniciar

Uma luta por uma vida diferente

As armas para guerrear

São a lucidez e o presente

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 30/05/2012
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