x.|. deus da inocência .|.x.

Teus olhos intrigantes

Disparam versos e luxúria...

Teus olhos, criatura,

Não sabem de mim os universos...

São infantes estes olhos

Mas, d'um langor interessante...

São olhos que brilham por instantes

E são opacos e vagos olhos...

Vagueiam em mim por desvendar

Dispersos em toda minha figura

Teus olhos vibram a frescura

Das flores velhas a murchar...

Jamais capazes, teus olhos lentos

Serão de ler meus pensamentos

Jamais audazes, teus olhos santos

S'enlevarão de meus vis encantos...

Porque sou tantas e tantas fui

Que não m'espanta o mais qu'eflui.

Mas, m'escandalizam teus olhos negros

Pois, m'escravizam dentro de ti...

E, sou a fraqueza débil das rosas

Despetalada flor mentirosa.

Pois, tão covarde, menti frieza;

Tão insegura, me disse forte...

Mas, estou à mercê destes olhos bobos

E sou a lebre frágil a fugir dos lobos...

São teus olhos débeis qu'agora pousam

Nos meus olhos-lobos mansos qu'imploram

O teu corpo-cão a me devorar...

Então, fecha os olhos a doar-me a carne

Quero comê-la e arder-me nela...

Quero-te, homem, a lambuzar-me...

Mas quero guardar-te de toda ciência

Entronizar-te: deus da inocência...

xll CLaRa Lee llx
Enviado por xll CLaRa Lee llx em 01/06/2012
Código do texto: T3700635
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