x.|. deus da inocência .|.x.
Teus olhos intrigantes
Disparam versos e luxúria...
Teus olhos, criatura,
Não sabem de mim os universos...
São infantes estes olhos
Mas, d'um langor interessante...
São olhos que brilham por instantes
E são opacos e vagos olhos...
Vagueiam em mim por desvendar
Dispersos em toda minha figura
Teus olhos vibram a frescura
Das flores velhas a murchar...
Jamais capazes, teus olhos lentos
Serão de ler meus pensamentos
Jamais audazes, teus olhos santos
S'enlevarão de meus vis encantos...
Porque sou tantas e tantas fui
Que não m'espanta o mais qu'eflui.
Mas, m'escandalizam teus olhos negros
Pois, m'escravizam dentro de ti...
E, sou a fraqueza débil das rosas
Despetalada flor mentirosa.
Pois, tão covarde, menti frieza;
Tão insegura, me disse forte...
Mas, estou à mercê destes olhos bobos
E sou a lebre frágil a fugir dos lobos...
São teus olhos débeis qu'agora pousam
Nos meus olhos-lobos mansos qu'imploram
O teu corpo-cão a me devorar...
Então, fecha os olhos a doar-me a carne
Quero comê-la e arder-me nela...
Quero-te, homem, a lambuzar-me...
Mas quero guardar-te de toda ciência
Entronizar-te: deus da inocência...