O casulo

Presa neste casulo escuro me encontro

atada e comprimida por este casulo estou

Eu sou um casulo, ele sou eu

nós somos dois, nós somos um

Refém, deste peso

Que as minhas costas carregam só,

onde não espero pela borboleta

Eu só penso no casulo!

Ah, borboleta inexistente

nos teus encantos permaneci

na profundidade cativante que senti

te perdi, não estás aqui.

Somente resta o casulo

Que me envolve com segurança,

que me protege das circunstâncias

que não me deixa só...

deixa-me ficar?

Me tens casulo!

Fechei-me em ti

Esperando a borboleta,

Esperando um chamado que ignoro

Que não chegou em tempo hábil ...

Ah!! Borboleta

Como queria dizer-te que ainda te espero

O quanto isso em mim é verdadeiro

Ah! Borboleta como queria gritar por ti

Mas impedida estou ...

Como queria livrar-me deste sufoco

Deste grito preso na garganta

que me estrangula as entranhas

Deste medo sem sentido,

que me impede o voo

Deste casulo escuro,

que me ofusca a luz...

Livra-me?

Liberta-me?

Minhas emoções reprimidas,

Minhas asas comprimidas,

Meus sentimentos sufocados pela angústia.

Meus pensamentos sem voz...

Devolva-me!

A borboleta, que existe em mim,

A capacidade de alçar lindos voos.

A vontade de sair da clausura...

Me deixe arrebentar as amarras de teu casulo

Para viver,

Para amar

Para ser feliz...

Eu só preciso sair do limbo que estou..

Construir um ninho sem casulo...

Não escape mais uma vez!

E se me compreendes me aceite também!

Borboleta, já exaurida,

Com tanta vontade de voar

Não me deixes nunca mais! Nunca mais!

JÉSSICA ANDRADE
Enviado por JÉSSICA ANDRADE em 05/06/2012
Código do texto: T3707471
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