Reação e Ação
Vencido eu me sinto, com tal náuse intensa que de pé não consigo e mesmo sentado, bem comigo não fico. Qual razão me leva a sentir tal sensação de derrota? Sufocado e pesado. Paralisada como se estivesse verdadeiramente anestesiado.
Doente eu estou? Doente de descontentamento com tudo e com todos. Sem fé em absolutamente nada? Assim o nada torna-se algo de fé. Ausente de sonhos e impedido de sonhar, ferido como estou por não suportar um revés qualquer.
O que resta nesta nauseabunda sensação de derrota? Algo precisa ter sobrado. O profundo e nauseante nada, não pode ser o final resultado. Então pulsa acovardado coração! Anima-te paralisada alma! Berra contra a náusea da derrocada.
Voz calada e covardemente abafada, rompe o silêncio da cômoda ausência. Grita alta com toda a repulsa se de fato algo dentro do ser ainda pulsa. Deixa de ser um corpo rastejante que lamenta e chora.
Quebra a parede que te prende, mente cansada e acomodada. Mofada com a inação e contaminada pela náusea do nada. Não faça ser contínua, ser que existe, torpor aniquilador da criatividade. Há que liberar-se da tirãnica inação assassina da vontade. Sequestradora de sonhos.
Escuta ente doente, com a audição do coração. Há pulsão! Há pulsão! Então age para amar. Revolta-te contra a despaixão. Sai das trevas da vã tristeza e teilumina com a luz do existir. Escuta também com os ouvidos da alma. Há vida! Há vida! Aparte-te da covardia. Expulsa a lamúria. Repudia a amargura. Caminha enquanto escuta : Há Vida! Há sonho! A existência é como flor. Não! Pois até flor espinhos possui. Mas se a utopia da felicidade pulsa... vai e luta!