Amada e Imortal

No caminho, que nem sempre faço

Eu me deparo com poesias.

Poesias esculpidas,

encrustadas, gravadas em concreto,

Das paredes por onde passo.

E ainda ontem, eu me lembro...

Ainda ontem mesmo, me diziam:

“Poesia é banalidade.”

Talvez para alguns ela seja,

Não serei poeticamente radical,

A poesia não é imposição,

Poesia é expressão.

E para a poesia tocar,

Há de se ter algo a ser tocado.

Um amor, um segredo, um desejo,

Uma alma aberta, exposta,

Que busca resposta

A qualquer sentimento que seja.

A poesia não é unanimidade,

Nem só humanidade.

As vezes concreta, as vezes etérea,

simbolista ou apenas efemera...

A poesia possui vida própria,

Um gênio indomável.

Não nasce quando o artista deseja,

surge somente como e quando ela quer.

E quando faz a escolha de se derramar nas folhas,

é impossível contê-la,

Transborda em forma de letras,

é do mar, o próprio Oceano.

E se muitas vezes o poeta não angaria trocados,

E o alimento e alento que sacia sua alma,

A alma insaciável do poeta,

não lhe poe o pão sequer, em sua mesa.

É verdade, sim muitos foram os poetas

Que viveram seus dias esfomeados.

Mas é um fato comprovado,

Se não lhe enriqueceu em vida,

Ainda assim é capaz imortalizá-lo.

Princesa Lara
Enviado por Princesa Lara em 26/07/2012
Reeditado em 26/07/2012
Código do texto: T3798502
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