CONTA CORRENTE ( UM DIA A CASA CAI )
Será que me quero
Me amo, encanto
Bem... vejamos.
Quantas vezes me trai
Fumando, bebendo, comendo demais
Raivoso, mentindo, congelando sentidos
Lapidando lapsos, colapsos desmedidos
Coroados por ferimentos sem suturas
Culpas compostas sumo das rupturas
Compotas de pústulas no complexo de ausente
Gênesis cronológica de todo o presente
Custeando um futuro mais que imperfeito
Obreiro sem jeito, arruaceiro dos agora seguinte.
Se sou
Sempre fui
Não podendo reclamar
Quando meus aquéns
Vão muito além do esperado.
Guerra de farrapos
Ou trinta moedas
Escarradas na cara?
Sei lá, o que sei
É que sempre as mãos lavei
Antemão a julgamentos pré-fabricados
Júri confesso com seus veredictos fiascos.
Sabendo de tudo isso
Daqueles... aos quilos
Porque então não mudar
Metabolizando o indigesto
Gesto sem medo de congestão
Combustão das ânsias azedas que não saem
Vai e vem complicado, ácido, vago, interminável
De quem cobra na manobra intransigente, para nunca pagar.