CONTA CORRENTE ( UM DIA A CASA CAI )

Será que me quero

Me amo, encanto

Bem... vejamos.

Quantas vezes me trai

Fumando, bebendo, comendo demais

Raivoso, mentindo, congelando sentidos

Lapidando lapsos, colapsos desmedidos

Coroados por ferimentos sem suturas

Culpas compostas sumo das rupturas

Compotas de pústulas no complexo de ausente

Gênesis cronológica de todo o presente

Custeando um futuro mais que imperfeito

Obreiro sem jeito, arruaceiro dos agora seguinte.

Se sou

Sempre fui

Não podendo reclamar

Quando meus aquéns

Vão muito além do esperado.

Guerra de farrapos

Ou trinta moedas

Escarradas na cara?

Sei lá, o que sei

É que sempre as mãos lavei

Antemão a julgamentos pré-fabricados

Júri confesso com seus veredictos fiascos.

Sabendo de tudo isso

Daqueles... aos quilos

Porque então não mudar

Metabolizando o indigesto

Gesto sem medo de congestão

Combustão das ânsias azedas que não saem

Vai e vem complicado, ácido, vago, interminável

De quem cobra na manobra intransigente, para nunca pagar.

Alexandre Halfeld
Enviado por Alexandre Halfeld em 14/02/2007
Código do texto: T380951
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.