Solitude

Sou como um sino

Dourado e a badalar

Em tarde risonha de missa

Com sua contente solidão.

Feito o silêncio a espionar

Me sobram vozes prudentes

Umedecidas de última hora

Por uma língua de hemácias secas.

Pareço uma flor

A perder suas pétalas

Para o insinuante outono,

Vívida de ternura incompreensível.

E como um crucifixo

Agarrado ao pescoço

Em mansa simbologia, minhas garras

Se prendem em próprio peito.