VOO SEM ASAS

O poeta alija a razão,

No ilógico da lógica

apreende a emoção,

Tateia em sussurros

Gemidos intramuros

Atormentados homens

Pseudos poderes

Nos turbilhões dos reinados

Atoleimados nas rotinas

À deriva de sentidos

Pássaros submetidos

A andar, a sonhar,

Em paisagens distantes

Nas nuances difusas

Das alegrias e sofreres

Apenas no divagar

Atenta, e ecoa,

Imagina, sonha,

Abre as asas

Sente, não voa...