O sul me chama

O sul me chama.

De longe eu ouço seus gritos de liberdade

Ecoando longamente sobre mim.

O vento gélido sopra

Sinto-o arrepiando minha pele

E congelando meu peito de tanta ansiedade.

O sul me chama.

Ouço aflito, pois estou comprometido com algumas

Obrigações da vida. Obrigações inadiáveis.

O sul me chama.

Já não me aguento de ansiedade,

Já não suporto essa liberdade encarcerada dentro de mim,

Já não tolero mais esse sistema do faça e obedeça.

O sul me chama.

E lá a liberdade é gaivota a 6.000 pés além das serras neblinadas,

Lá a sutileza da vida corre em plena tranquilidade. A vivacidade

Das coisas, essas coisas vivas que nos faz delirar.

O sul com seu eco mais agudo

Brada por mim e logo ouço e digo:

É hora de soltar as velas, de levantar ancora,

De encontrar a bussola. É chegada a hora de velejar,

De buscar no seio das águas do sul a tranquilidade que me falta.

O sul me chama.

O mar se abre, a liberdade se aproxima.

Começo a alçar as velas, a levantar ancora,

A direcionar o mastro, pois é chegada a hora, a grande hora

De buscar os ventos libertos do sul, é hora de velejar em águas

Novas e calmas. A hora de libertar o espírito se aproxima lentamente.

O sul me chama.

Seus mares, suas serras, suas montanhas, suas neblinas

Suas curvas, seus pinhais e suas belezas espalmadas

Sobre as terras úmidas esperam-me.