Eu era cacofônico, indigno e cantarolado

Flertava e alguns outros beijos com dona inquietação

que se atrelava em raiva

e irritação

e era

a fome que não comia

o sono que não dormia

o amor que não amava

e o luso que não escrevia.

A dor que não doía

o renome por revelia

a insensibilidade na teoria

e a alterabilidade da caligrafia.

Inquieto, a presunção da avaria

fazia a glória da pontaria

enquanto o mercador sem mercadoria

chamava o maestro de "poesia".

As vestes de alegoria;

vestígios da criminologia

e a discórdia da cortesia

ludibriavam meus anjos, sem entropia.

Anjos em entropia

eram diabos com embolia

animais outrora biólogos

zoológico da filosofia.

Alexandre Bonilha
Enviado por Alexandre Bonilha em 16/10/2012
Código do texto: T3935126
Classificação de conteúdo: seguro