Haverá estrela
mesmo que eu me distraia
e na minha tristeza
eu me esqueça de olhar para o céu
sempre haverá um céu
sempre haverá uma nuvem
a se desmanchar em chuva
pra molhar
um abraço
um beijo
um sorriso
ou simplesmente
confundir uma lágrima
mesmo que eu não suspire
com o incansável brilhar
das estrelas
e se eu não souber o que desejar
quando uma delas
se morrer lá longe
sempre haverá uma estrela
e haverá muitas outras
a se jogar
e se perder
no silêncio de uma noite sem lua
E mesmo que eu não chore
mais ao ouvir
aquela música
e mesmo que a tua lembrança
não me inspire mais
e mesmo que eu não me lembre
do seu rosto contra o sol
sempre haverá uma canção
sempre haverá lágrimas
mesmo que eu não
as chore mais
mas que persistem
distantes e vazias
como o brilho pálido daquela estrela