Teatro, arte e verdade.

“Às vezes me percebo encenando a minha vida

Tentando recriar algumas partes,

Talvez uma maneira de cicatrizar feridas...

Para certas coisas na vida não há ensaios

Às vezes me perco entre traços, desenlaces

A arte é uma rede em balanço para o meu cansaço

Se um dia eu duvidei, hoje acredito

A saudade é feito bala sem destino

Ando por ai recolhendo afetos em olhos

Distantes, dispersos, de vez enquando tropeço

E me vejo diante de vontades que nem eram minhas

Dobro a esquina e já tenho filhas sobrinhas

Uma casa um lar, uma nova família... Caio em outra viela desta peça

Agora estou apenas comigo mesmo de novo ligo o rádio e ouço uma velha canção

Um conforto pra esta alma em frangalhos sou só eu e minha solidão

Desligo o som, fecho os olhos estou de frente pro mar

Lembro de nós, quando nos conhecemos e tudo que mudou

Mudou a vida, sim a minha vida

Abro os olhos e percebo que as cortinas estão se fechando

Faço um pedido em pensamento desejo apenas que tudo

Continue no lugar, as flores, as fotos os beijos

Sinto seu perfume em uma roupa minha que não havia lavado

Percebo como as coisas passam às vezes muito rápido

Não existem inocentes nem culpados

O tempo vai passar e ficarão apenas folhas amarelas de

Um velho diário, fotos, porta retratos engavetados...

A vida muitas vezes é feito teatro, então se acomode bem...

E bom espetáculo!...''

Kemii Athon
Enviado por Kemii Athon em 16/11/2012
Código do texto: T3989125
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