A BUSCA

Entorpecido desta vida esquerda e manca,

a gotejar no tempo a luz do riso, o viço,

segue à procura de sentido, algum motivo

para sorver alívio, ser de estrela e brisa,

para afagar suave pétala de orquídea...

Mas não conseguindo acender a razão

de tantos perdidos combates, delírios,

desfaz-se a minar, a minar o seu campo

outrora bonito, tomado de plantas

e agora se enfara de sol e de chuva…

Combalido se lança na trilha sombria

do amanhã que se esconde no vale do incerto,

sai às cegas, tentando galgar a existência,

a que paga os abusos de surras e curras.

E descobre que a vida se encerra na busca.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 06/12/2012
Reeditado em 06/12/2012
Código do texto: T4022306
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