Desejei Morrer

A vida atribulada

Responsabilidades intransferíveis

O batidão do existir

Que preenche as nossas horas

E nos devora

Fazendo-nos esquecer

De parar para respirar

Esgota a nossa vitalidade

Vamos vegetando

Engolindo água, comida,

Respirando ar desoxigenado

Esticando as pernas e braços

Tomando um diclofenaco

Tentando espantar a dor

Tormento constante

Quando parei para pensar

Achei que perdia tempo por aqui

Seria melhor viajar

A viagem eterna

Ir para o além,

Bater as botas,

Abotoar o paletó

Visitar São Pedro

Deu até um certo alívio

Meu corpo ganhou asas

Fiquei mais leve

Desejar morrer, provou...

É uma terapia real

Lavei a minha mente

Das preocupações

Que me atormentavam

Resolvi não fazer mais nada

Até morrer ia dar trabalho

Desisti, tava muito cansado

Cançado demais.....