Eu gosto

Eu gosto

De camisas soltas

de calças que não me apertem

e de chinelinhos de dedo!

Gosto de tapioca quentinha

café? só se for forte e sem açúcar

negro como a noite

e quente como um beijo

Gosto dos sabores que vejo

e d'outros tantos que invento

Gosto de nos cabelos, muito vento!

de ser assim, liberdade...

Não ousem enclausurar minha arte

pois ela rebela-se fácil.

Gosto de roupa indiana

da música cubana

do clima de paz do tibete

e de andar a pé...

Gosto de areia entre os dedos

da fofura quente de praia

do raiar e se pôr do sol

do Lenine e do Vinicius

Amo torrada com manteiga

e sopa cremosa de amor

Acho lindo o voo do condor

e as pirações dos beija flores

Gosto! do humor de meus filhos

de casa cheirando a comida...

de livros sem poeira

e das ladeiras de Olinda!

Gosto do que jamais finda!

da eternidade de emoções

dos dias se escondendo das noites

e das noites que nunca vão...

Gosto da bipolaridade

da essência do benjoim

gosto mesmo é de ficar assim...

Lembrando das coisas que gosto

Gosto de pássaros e cães

poesia e filosofia

água tilintando em arritmia

e das frases que ecoam

Gosto da morte e da vida

da entrada e da saída

da leveza do poema

ou de pedras na cabeça!

Gosto das florestas infinitas

saladas de tantas vidas

Dos momentos inesperados

e dos espaçados também

Gosto do silêncio entre um pensamento e outro

gosto de vinho encorpado...

de palmitos cortados num prato

e da azeitona que sempre cai.

Gosto da tolerância da maturidade

da paciência da velhice

e da sabedoria da paz.

Márcia Poesia de Sá

Márcia Poesia de Sá
Enviado por Márcia Poesia de Sá em 16/12/2012
Reeditado em 28/09/2015
Código do texto: T4038402
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