Tanto tempo

José era assim

[meio seco, como quem tinha medo de sentir].

Já Maria por inteira

[só sabia sorrir, vezes olhava de canto].

Mas no fundo eram os dois amantes, filhos da noite;

Daquela selvageria inata, quase que coisa distante.

Não aprenderam a ler nem escrever e sim a viver, amar

Desde cedo descobriram o que era O orvalho, a seca

O que o corpo pedia, resultado da fome

Desejo da alma, alimento de cada dia.

No encanto matutino, do ribeirinho da fazenda

Questionavam se queriam ser, pertencer

E faz tento tempo que já nem me lembro mais;

Amanda Fontenelli
Enviado por Amanda Fontenelli em 07/03/2007
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