Reflexões solitárias de uma carapaça fria
Anos se passaram em lágrimas
Noites em claro se foram em uma imagem
Um pensamento
Ela era tudo que eu sempre quis
Restos hoje de lembranças ruins que não me lembro
E não faço nada contra o relógio
Porque o tempo me ensinou
A duras penas a verdade me mostrou
Que apenas eu sou o compositor da minha felicidade
Somente minhas escolhas frias trazem meu sorriso
Sendo todo resto reação
De um mundo feliz ou um buraco vazio!
A espada despedaça o orgão congelado
Tentando mover o sangue parado
Dando ao meu interior de volta aquele tênuo calor
Aquela sensação de dúvida e agonia
O pedaço do meu coração que se perguntava
Quando eu seria amado um dia...
Mas aqui estou
Não preso a correntes pesadas involuntárias
Não domado nem usado
Eu sou o que faço
Não dependo de sua atenção
Não me limito com preocupações pensando em quem agrado
Pois em todas as vezes que o fiz
Chamaram-me de lezado
Dizendo-me que eu era apenas um estupido
Intrometido que sufocava o seu espaço!
Agora eu deixo todos sozinhos
Cuidando apenas de mim em uma realidade estranha
Onde o doce amor é apenas poesia
E o carinho que já foi tanto
Hoje uma distante melodia
Com os seus tons suaves chegando em poucos
Contados nos dedos
Meus preciosos grandes segredos...
Nunca direi para o vento seus nomes, mas Deus sabe que ainda ouço os seus chamados.