PUNHAIS

Tenho tantos pássaros na minha mão

Que me falta o espaço necessário

Levantando voos em segundos sonoros

Em seus celeiros avistam os montes

Como se fossem visionários universais

São realmente calmos, estáticos

Teorizam e arrefecem em seus altos brados

Compõem cânticos tão densos que não sabem onde se encontram agora

No ninho, pequenos rolam em suas capas

Sob o universo conferem o tempo, registrado em cada face sedenta

Rememoram os aspectos mais macabros

Das suas vãs moradas

Nada acontece aqui dentro

Parece cada canto tão imenso

Que me aparto da história

Tão repetitiva e escassa

Estranha, devassa

Como teu sorriso único, agora

Estou completamente inebriada

Sei a minha hora de cortar o teu afago

Iniciando neste instante um novo olhar!

Composto em 12-08-1999

Julia Rocha
Enviado por Julia Rocha em 07/01/2013
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