PASSOS

Meu passo descamba pelo noturno da casa.

Cômodos empoeirados de silêncio e sombra.

Quem sou agora?

(Pergunta que não cala)

Exalo solidão na contramão da sala.

Trago um gole de vinho tinto

E um labirinto se expande sob meus receios.

Olho através da vidraça:

Nenhum passo se movimenta.

Só o noturno glacial dos insones como eu vê a alvorada...

Leio Neruda

Garatujo versos dissonantes...

Adentro na essência da psicodelia humana.

Perco o tino nas circunstâncias...

Louca

Absurda

Mulher

Divina

Sou um espelho rachados em vários cacos

Distribuindo passos

Sem conseguir passar incólume à vida.

Virgínia Moreno
Enviado por Virgínia Moreno em 05/02/2013
Código do texto: T4125229
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