PASSOS
Meu passo descamba pelo noturno da casa.
Cômodos empoeirados de silêncio e sombra.
Quem sou agora?
(Pergunta que não cala)
Exalo solidão na contramão da sala.
Trago um gole de vinho tinto
E um labirinto se expande sob meus receios.
Olho através da vidraça:
Nenhum passo se movimenta.
Só o noturno glacial dos insones como eu vê a alvorada...
Leio Neruda
Garatujo versos dissonantes...
Adentro na essência da psicodelia humana.
Perco o tino nas circunstâncias...
Louca
Absurda
Mulher
Divina
Sou um espelho rachados em vários cacos
Distribuindo passos
Sem conseguir passar incólume à vida.