A ALMA ETERNIZA SUA DOR

Nos meus percalços pisei em falso,

Quebrei o pé, dor dilacerante, estonteante,

Levantei pisei na serpente de repente,

Dor, dor, dor, no instante sentir.

A alma chora por outras dores,

O machucado apenas materializado,

Outras quedas ali representadas,

Ao hospital fui levada, e engessada,

A dor não pode ser imobilizada,

Não há remédios para as dores da alma,

Radiografia tirada, alma não representada,

Apenas a constatação de duas fraturas,

A ruptura da alma ferida está escondida,

Em férias emocionais, imperceptíveis,

Não há tecnologia que veja a magia,

Nem a agonias de prantos contidos.

Duas muletas boas companheiras,

Trazendo a amiga cadeira de rodas,

Solicitas a qualquer instante servir,

Não precisou insistir, aceitei a ajuda,

Que Deus me acuda e faça-me refletir,

Na cadeira de roda tracei minha rota,

Dores emocionais, não adianta fugir,

Nem disfarçar melhor enfrentar e reagir,

Na fuga podes cair pisar em falso,

Afundar na proporção da distração,

Ficar atenta para não trair o coração,

Não se distraia de ingratidões,

Santa ingenuidade, sagrada maldade,

Na ignorância o tormento do sofrimento,

Reagir é a meta, certo ou errado,

Grito meu grito entalado emocionado,

A voz fica rouca, choro engasgado,

Vou seguir na direção do coração,

Na minha razão coloquei emoção.

Marta Cavalcante Paes
Enviado por Marta Cavalcante Paes em 06/02/2013
Código do texto: T4125499
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