Vaidades

Vaidades

Finda-se o frescor e a vida célere escapa

Céleres vão-se as pérolas e a cor do ouro.

Recolhida em resumido vazadouro

Ronda a morte revoando a velha trapa.

Solitário, permaneço acorrentado,

Ao pé da imagem, à luz do espelho, à mão do medo

E às fantasias ou fantasmas que bem cedo

Sufocaram-me o destemor de bom soldado.

Uma após outra, impiedosas, traiçoeiras,

Açoitam vagas, d’angústia desnudo o dorso;

Um após outro se desfazem velhos corsos

Das certezas as mais certas e derradeiras.

Da vaidade os holofotes, olhos fixos, colossos,

Se apagarão na eterna rocha, débeis tochas passageiras.

Manito O Nato

25/05/2011