Poeta mortal
Não há neste mundão
grosseiro e comprido chão
um alguém tão intrigante
como o poeta de coração errante
Seus olhos vertem espanto
Embrenham-se no seu manto
ao fechar suas pálpebras cansadas
abre-se as ideias interiorizadas
Seus ouvidos de captação
deste mundo e de seu mundo
Pesquisam o drama e a emoção
e no papel branco seu pano de fundo
Esmera-se entre uma dor e amor
Luta consigo para interpretar
Cada nuance do que amar
Cada palavra que traduz a flor
Escondido por de trás
de um texto, poema, canção
O poeta se ilude demais
pensa de si como um campeão
Ó poeta, és um reles mortal
que juntar-se-á ao teu ancestral
Somente cumpres teu propósito
De esvaziar o teu depósito
de mostrar com brandura
o que da vida é poesia pura...