NOVO TEMPO

NOVO TEMPO

Perdemos de vista nossos ideais

Entregamo-nos a materialidade escorchante

As rotinas corriqueiras e banais

As obviedades ululantes

Cansamos da luta sem quartel

Nesta Torre de Babel

Perdemos o olhar da vitalidade

Entregamo-nos a pretensa modernidade

Deixamos de lado o olhar crítico

O pensar mítico

O protesto com responsabilidade

Caímos na doce irresponsabilidade

Tudo em nome da pseudo evolução

Do aumento de padrão

Na busca incessante da posse de bens

Esquecemo-nos de nossos reais bens

Deixamos ao largo nossos pirralhos

Abandonados a própria sorte

Sem lhes indicar e mostrar o norte

Comprando afeto com pinduricalhos

Estamos formando gerações desafortunadas

Repletas de bens que falam, escutam

Mas não ouvem, não abracam, não beijam

E não sentem-se queridas e amadas

Esse parece ser o caminho

Que estamos e vem sendo seguido

É um grande descaminho

Uma escolha inócua e sem sentido

Avançamos no desenvolvimento material

Regredimos no desenvolvimento emocional

Viramos escravos do ter desbragado

Os descendentes viraram fardo pesado

Onde esta o amor, o carinho

Aquele do ficar junto cuidando da ninhada e do ninho

De ajudar, ser a ponte a atravessar

Para com mais certeza encontrar o bom caminho

É hora de voltar

Crescer diferente

Sendo menos máquina

E mais gente

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 12/04/2013
Reeditado em 22/06/2016
Código do texto: T4236629
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