"almática"

Dormitava e de os olhos insones sussurava florações. Desobediente: errava, errava e errava. Era densa em discordâncias. Naquele dia quis versos fecundos e já era noite, tarde, tão tarde que escureceu de si, sem versos. Em pensamentos ao nada se ia, noite adentro e foi, total dor, dor adulta e de inocência alguma. Incurável! Queria alfazema, alecrim, melissa e só. A cada vez que soletrava os nomes das ervas incensava-se e dormia, dias. No fechar de seus olhos apagavam-se vaga-lumes, todos e, dela, despertavam sonhos densos de memórias frias e úmidas. Quão absurda, jazia em desafeto; constante sua desternura. Ninguém a sabia, ninguém. 

[Faz uma canção pr'eu dormir. preciso de ausências.] 



marcia eduarda
Enviado por marcia eduarda em 23/04/2013
Reeditado em 23/04/2013
Código do texto: T4254686
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