Reflexão do eu
Dolorosa angústia rasga-me o peito
Retirando de minha vida toda calma;
Turbilhão de ácidos pensamentos
Como agulhas penetrando n’alma
Não diviso mais no horizonte
A luz da esperança que via outrora
Não ouço dos rouxinóis o melodioso canto
Que antes me trazia a aurora.
Por que não mais vejo os pássaros?
Por que não há esperança de vitória?
Onde está o brilho e a energia
Que traziam à vida glória?
A resposta, se queres realmente
Alcançar e teres ciência,
Está dentro de ti
De quem perdeste a freqüência.
Somente do eu reflexionado
Nasce o objeto em tu transformado,
Criando-se assim o diálogo
A permitir teu universo projetado.