Num mais um dia qualquer

Espiei curioso pelas duas janelas da face

Dentro da frágil casa de carne, ossos e já poucas vísceras

E assim vi um ego formoso de terno fino a mesa

Brindando com um tal de "Sr. Sucesso Moderno"

Levantando uma taça de sorriso tinto barato, escarrado...

O tim-tim das taças rimavam com gemidos do quarto escuro do ser

Onde a alma se prostituía fervorosa com a insanidade,

Produzindo sons que seduziam até o celibato do racional

Ao lado e em pé vi uma mulher frágil, esquecida e suja

Vagava pela casa com um olhar tenso, vazio e preocupado...

Era a identidade, estava cheia de "se" e vazia de si,

Poderia ver-se num espelho que não reconheceria a si própria...

Queria encontrar a si apenas se fosse num lugar fora dela

Por fim percebi algo passando rápido e rasteiro,

Era a mente, que parecia estar com desinteria

Corria despejando fezes midificadas pela a casa...

(suspiro)

Isso tudo apenas com o rosto de frente para um espelho

Num mais um dia qualquer desses por aí...

Não é à toa que a auto-crítica é a mais odiada pela casa,

Nessa casa composta apenas de um cômodo... Eu, acomodado...